27/09/2024 às 15:01 Curiosidades Fique por dentro

A Linguagem Silenciosa das Imagens: a Psicologia através das lentes da Fotografia

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4min de leitura

Saúde mental é assunto sério, e neste #setembroamarelo 💛 em que é dado um destaque para a campanha de prevenção ao su1c1d1o, eu e @avanessapsi nos juntamos para trazer um novo olhar sobre a linguagem da fotografia e a psicologia por trás das nossas "lentes" 📸🧠

Que experiência poder enxergar a fotografia além do trivial! 😍🧡

E que contribuição maravilhosa da Vanessa! Mais uma collab de sucesso 🤜🏼✨🤛🏼

O Setembro Amarelo é um convite para falarmos sobre a dor que muitas vezes não tem palavras... O suicídio é um fenômeno extremamente complexo, resultado de uma interação entre aspectos emocionais, biológicos e culturais, além das circunstâncias vividas por cada pessoa ao longo de sua história. Por isso, é importante entender que não se trata de algo que ocorre por um motivo isolado, mas como o desfecho de uma série de dificuldades acumuladas ao longo do tempo.

O que você enxerga quando olha para si? Assim como uma câmera, todos nós usamos lentes que moldam nossa percepção, mas, às vezes, elas podem embaçar nossa visão, distorcendo a forma como nos enxergamos impactando nossa autoestima e fazendo com que nos sintamos inadequados ou incapazes.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, essa triste realidade afeta principalmente os jovens, e em aproximadamente 96,8% dos casos, está relacionada a transtornos mentais, como depressão, transtorno bipolar ou abuso de substâncias.

Quando nos enxergamos dessa maneira, é comum acreditar que o problema está em nós. No entanto, ao mudar o ângulo, isso pode se tornar uma oportunidade valiosa para reavaliar a narrativa que contamos sobre quem somos e quem desejamos nos tornar, pois a maneira como focamos pode transformar a imagem que vemos!

Nesse processo de mudança, a terapia desempenha um papel fundamental. Nela, aprendemos que o sofrimento pode ser expresso de diversas formas até mesmo através do silêncio ou de imagens. Ao oferecer um espaço seguro para refletir, confrontar medos e reconhecer padrões, é possível criar um ambiente onde cada pessoa pode encontrar sua própria linguagem para falar sobre o que sente. Juntos, terapeuta e paciente vão ajustar as "lentes" com as quais o individuo se vê, permitindo que ele veja com mais clareza suas capacidades e se reconecte com quem realmente é, fortalecendo sua relação consigo mesmo.

E onde a FOTOGRAFIA entra nesta conversa?

A fotografia pode ser uma aliada poderosa no processo de reconstrução da autoestima. Ao nos permitir ver a nós mesmos sob uma nova perspectiva, ela oferece a chance de explorar e expressar visualmente nossa identidade de maneiras que muitas vezes as palavras não conseguem.

No Brasil é ainda um recurso pouco utilizado, mas fora do país a fotografia vem sendo amplamente usada na pesquisa em psicologia para investigações em diversas áreas. 

Como um registro visual ela desempenha um papel crucial na construção e expressão da identidade. Através das imagens as pessoas se representam, comunicam seus valores, crenças e pertencimentos. Na pesquisa psicológica, o método autofotográfico, que consiste em solicitar aos participantes que tirem fotos para expressar sua identidade, tem se mostrado uma ferramenta poderosa para explorar o autoconceito, as relações sociais e as experiências de vida. (fonte: O uso da fotografia na pesquisa em Psicologia, Lucas Neiva-Silva e Sílvia Helena Koller - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil)

A fotografia oferece uma nova perspectiva para a pesquisa em psicologia, abrindo portas para a compreensão da experiência humana de forma mais rica e completa: ao capturar momentos e emoções, se torna uma ferramenta poderosa para acessar aspectos subjetivos. Ela é vista como uma linguagem capaz de comunicar e expressar sentimentos, ideias e experiências de forma única: ao analisar as fotografias, os pesquisadores podem desvendar significados e construir narrativas. (fonte: Pensando a fotografia na pesquisa qualitativa em psicologia, Joana Sanches Justo e Mário Sérgio Vasconcelos - Universidade Estadual Paulista, Brasil)

Aqui vão algumas maneiras de explorar os benefícios que a fotografia pode oferecer: 

- Criação de narrativas visuais: através de um diário visual, onde você faça registros diversos de detalhes na rotina, como um café, um lanche, um dia lindo, objetos que se destacam nos ambientes que frequenta, entre outros. Criar uma galeria com sua perspectiva e histórias contadas visualmente é uma ferramenta de expressão, autoconhecimento e desenvolvimento da criatividade. O formato daily adotado mais recentemente em redes sociais mostra como as pessoas têm buscado um “respiro” em relação à pressão na qualidade das fotos e trazer suas próprias percepções do mundo ao redor.

- Autorretratos: ninguém melhor para nos “enxergar” que nós mesmos. O autorretrato é uma forma de expressão, um exercício de auto estima e autoconhecimento que proporciona maior aproximação e aceitação de quem somos. Selfies mensais que registrem como você está naquela época, que capturem emoções e perspectivas diferentes é um excelente exercício para começar.

- Estímulo da criatividade: uma fotografia pode ir além do espontâneo. Através da organização de objetos, pessoas e do planejamento de momentos e situações, é possível explorar infinitas possibilidades. Um exemplo é a fotografia Fine Art, onde criamos mundos e criaturas fantásticas ou replicamos das histórias que amamos ouvir.

Lembrando que não estamos afirmando ser uma terapia, e sim uma ferramenta que aliada a psicoterapia pode potencializar seus resultados, portanto não deixe de buscar ajuda profissional.

✍🏻 Agora conta pra gente: você também se surpreendeu com essa nova perspectiva?

Se você curtiu e se identificou com essa reflexão, acompanhe nossos trabalhos nas redes sociais 😉 Steph e Vanessa


27 Set 2024

A Linguagem Silenciosa das Imagens: a Psicologia através das lentes da Fotografia

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